A ORATÓRIA PARA PREGADORES E PROFESSORES DA EBD

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Oratória: é em resumo, a arte de se falar em público.
Retórica: A arte de bem falar. Conjunto de regras relativas à eloqüência.
Eloqüência: A força de dizer. A faculdade de dominar por meios das palavras o animo de quem ouve. Talento de convencer. Deleitar ou comover. Arte de bem falar.
Homilética: A arte de pregar sermões religiosos.
Orador: Pessoas que discursam bem em publico, que tem o dom da palavra, pessoas eloqüente.
Discurso: Disposição metódica sobre certo assunto. Reprodução de palavras de alguém nos termos exatos na terceira pessoa.
A Oratória dinâmica visa despertar a rapidez na emissão de mensagens; com direcionamento lógico e preciso das informações que pretendemos levar a um grupo de pessoas, agindo com persuasão homogêneas.
Na Antigüidade houve, dois grandes oradores. Um foi Cícero, o outro Demóstenes. Quando Cícero falava, as pessoas aplaudiam e elogiavam: “Que grande discurso!” Quando Demóstenes terminava, o povo dizia: “Marchemos!” Esta é a diferença entre apresentar um discurso e persuadir.
O sucesso da oratória consiste na eficácia da persuasão. Envolver o publico.
Algumas pessoas acreditam que é inconveniente ter o controle da persuasão. Mas no mundo em que vivemos, a persuasão e um fato pertinente. Há sempre alguém persuadindo alguém. Ou você persuade ou é persuadido.
Nos dias de hoje, são muitos os mecanismos poderosos para persuasão em massa. Isto significa, mais pessoas bebendo Coca Cola, mais pessoas comprando carro novo, mais dona de casa usando Bom Bril, porque tem “mil e uma utilidades.”
Estamos constantemente rodeados por pessoas com tecnologia, know how para nos persuadir a fazer ou comprar alguma coisa. Muitas dessas pessoas gastam bastante dinheiro para persuadir através da propaganda.
Observe que uma boa propaganda, campanha política, ou apelo, usam de imagens e sons que atraiam e afetam nossos três sistemas representativos que são o auditivo, visual e sinestésico.
O MEDO DE FALAR EM PÚBLICO
Pesquisas mostram que, nos EUA, o medo de se falar em público é maior do que o medo de morrer. Este medo ( caracterizado pelo famoso "frio na barriga" ), é um dos maiores inimigos do professor da EBD e pregadores.
QUAIS AS CAUSAS DO MEDO DE SE FALAR EM PÚBLICO?
a.      Traumas infantis - é uma das causas mais comuns entre os professores. Geralmente, este trauma surge de "apresentações improvisadas" dentro das salas de aula de ensino infantil. Lembra-se daquela professora que lhe obrigou a recitar um texto na frente da sala naquele dia traumático ( e que você tremeu mais que vara verde! )? Pois é, profissionais assim são responsáveis pela maioria dos casos de traumas de se falar em público.
b.      Desconhecimento da matéria - o total, ou parcial, despreparo na matéria da qual falamos nos gera insegurança: temos medo de que alguém faça uma pergunta acerca de um tópico do qual não estudamos bem.
c.       Insegurança - o medo de se expressar e não Ter o resultado desejado pode estar "minando" o seu potencial criativo.
COMO CONTROLAR O MEDO?
Certo orador famoso falou que "nenhum curso ensina como perder o medo de se falar em público. O que pode ser aprendido é como dominar o nosso medo". O que passaremos agora são recomendações úteis para se controlar o medo.
1.       Controle seu nervosismo - não alimente a chama do seu nervosismo. Roer unhas, colocar as mãos no bolso, mexer os dedos, etc. - são atos que alimentam o nosso nervosismo. Evite-os.
2.       Quando o medo aparecer encare-o normalmente - quando os sintomas do medo aparecer em você (suor, empalidecimento, tremores, etc.) encare-os como algo comum.
Todos os grandes oradores que você admira passam pelas mesmas situações que você; só que com uma diferença: eles aprenderam a controlar o medo.
3.       Tenha uma atitude correta - os psicólogos falam que o "corpo fala"; geralmente esta linguagem é estampada em nossos corpos através de gestos. Normalmente os nossos gestos são inconscientes e as pessoas observam isto. Nossos gestos mostram o que se passa em nosso íntimo. Portanto, quando for dar uma aula, ou preleção, apresente-se de uma maneira que passe segurança a quem lhe ver.
Tenha passos firmes e tranqüilos. Isto passará para o auditório uma imagem positiva ao seu respeito.
4.       Saiba o que falar - faça um propósito de sempre falar do que você tem certeza ou domina bem. Como vimos anteriormente, o desconhecimento da matéria é uma das causas do medo. Portanto, negue-se a falar o que você não sabe.
5.       Não adquira "vícios de orador" - Mãos no bolso, segurar canetas, segurar revistas, segurar livros, etc. Estes são algum “alivia-medo" mais comuns nos meios pedagógicos. Estes "vícios" em nada ajudam em controlar o nervosismo. Por isso, evite-os; pois poderá cansar o auditório.
Cuidado com os vícios de linguagem ( né, ta, viu, etc.)
6.       Chame a sua voz com a respiração – Antes de falar é ideal fazer um relaxamento dos ombros, cabeça e pescoço. 
Para passar do silêncio para o som, as cordas vocais estarão se aproximando para realizarem uma vibração, por isso, comece a falar com cuidado, suavemente, para não depender demasiada força.
O nervosismo deixa a voz enroscada na garganta e cada frase é pronunciada com dificuldade, aumentando assim a intranqüilidade de quem fala. Tossir, pigarrear, além de ser desagradável aos ouvidos de quem ouve não resolve o problema, pelo contrário, pode agrava-lo. Se ocorrer um desequilíbrio na voz, durante a aula, chame a sua voz respirando profundamente e ficando tranqüilo.
7.       Pratique - O medo de se falar em público só é controlado quando praticamos. Com o tempo você fará tudo automaticamente. Não se preocupe se hoje você não fez "grandes coisas". Amanhã pode ser o seu dia. Lembre-se: todos aqueles que você admira falar, já passaram pelo que você passa.
8.       Lembre-se - Quando se postar diante de uma platéia lembre-se destas técnicas e de que você não deve nada a ninguém. A melhor recompensa que um orador pode receber é a atenção que os ouvintes podem lhe dar.
9.       Observar as pessoas - a fim de definir o assunto de interesse delas.
10.   Desperte o interesse - Sempre despertar o interesse e a curiosidade do publico a fim de fugir da oratória maçante.
Observe o comportamento do auditório, pois este serve de base para avaliação do desenvolvimento e recepção do sermão.
O olhar, os braços, a expressão facial, a postura do ouvinte são elementos que nos falam e transmitem mensagens em códigos que  quando bem captadas lhe dá uma visão geral de seu desempenho e do andamento da pregação. Assim poderá  se adequar ao momento e até mesmo dar um outro rumo em sua pronunciação.
O CINCO "NÃOS" DE UM BOM PROFESSOR/PREGADOR
1.       Não peça desculpas ao auditório - geralmente estas desculpas são duas: problemas de saúde e desconhecimento da matéria. Se você fizer isto passará uma mensagem negativa para a platéia que não o ouvirá com "bons ouvidos".
2.       Não conte piadas - contar piadas fora do contexto da palestra é prejudicial. Poderá causar risos, mas, e depois? Nunca use a piada para "dar graça" a sua matéria.
3.       Não comece sua aula com palavras vazias que demonstram falta de objetividade - palavras como: bem, bom, aí e então, não possuem nenhum significado e ficam soltas, dificultando a conquista do auditório. Evite usar a palavra não, talvez, pode ser, não tenho certeza.
Use as palavras corretas para convencer e nunca dar margens para indecisão.
4.       Não firme posição em assuntos polêmicos - o bom professor deve ser imparcial. Ao tomar posição em um assunto polêmico (divórcio, drogas, aborto, etc.) o professor corre o risco de perder a simpatia de boa parte da sala. O professor deve levar a cada aluno a tirar suas próprias conclusões.
5.       Não usar chavões ou frases vulgares - Chavões do tipo "oh! Glória!”, "tá amarrado!", etc. Colocam a sua pessoa como um simples imitador. Todo bom professor tem o seu próprio estilo.
O QUE TODO BOM PROFESSOR FAZ
1.       Ele aproveita as circunstâncias - todo bom professor sabe aproveitar bem o tempo ( o relógio é o seu melhor amigo ), o lugar ( o espaço físico deve ser observado pelo professor evitando transtornos durante a aula), e a matéria ( o bom professor aproveita todas as informações que a matéria pode lhe passar.)
2.       Ele dá uma informação que causa impacto no auditório - o bom professor procura, na matéria a ser dada, um fato que seja do desconhecimento do auditório. Todo aluno gosta de ouvir coisa nova.
3.       Ele explica tudo - desde termos simplórios, até definições teológicas. Nunca espere que seus alunos saibam o que você sabe.
4.       Ele elogia o auditório - os melhores professores são aqueles que elogiam os alunos. Faça o mesmo.
5.       Ele promete brevidade - nenhum aluno gosta de professores maçantes. O professor deve ser direto.
6.       Ele levanta reflexões - como professor você não deve pescar para o seu aluno. Você deve ensinar ao aluno como pescar. Ensinar não é tirar responsabilidades; é dar responsabilidade. Leve seu aluno a ter opinião própria. Porém, não transfira problemas para os participantes, sem fornecer-lhes alternativas.
7.       Ele demonstra total conhecimento da matéria dada - isto cativa qualquer auditório e controla qualquer medo. Se sei, porque temer?
PERGUNTAS BÁSICAS SOBRE TÉCNICAS DE ORATÓRIA
 a.      Como se usa o microfone?
- não toque no fio;
- não bata nem limpe o microfone diante do público;
- não comente nada, com ninguém, próximo ao microfone;
- antes de começar a falar regule bem o microfone;
- analise qual à distância que você deve falar do microfone. Aconselhamos uns 30 centímetros;
- deixe o auditório ver o seu rosto. Deixe o microfone uns dois centímetros abaixo do queixo;
- ao falar não segure no pedestal e fale sempre olhando sobre o microfone;
- não grite;
- se precisar segurar o microfone na mão evite gritar. Segure o microfone com a mesma distância que começou a aula.
b.      Quando houver uma pergunta da qual não sei a resposta?
se a pessoa que perguntou "tem cara" de que sabe a resposta, devolva a pergunta para ele.
Pode-se "jogar" a pergunta para o grupo;
Evite dizer que não sabe a resposta. Isto enfraquece a sua reputação.
c.       E quando os alunos conversam durante a aula?
- fale um pouco mais baixo do que eles. Isto chamará a atenção deles;
- fale olhando na direção de quem conversa;
- pare de falar;
- peça que se cale;
- retire-se da sala ou sente-se.
- Faça uma pergunta ao conversador.
d.      Como usar o quadro negro?
- enquanto escrever não pare de falar;
- não fique na frente do quadro enquanto estiver escrevendo;
- escreva com um bom tamanho de letra. Nunca de as costas para o publico. Isto demonstra indiferença, e arrogância.
e.      E se eu for convidado para dar uma aula de improviso?
A resposta é simples: não vá.
f.        Como manter o auditório acordado?
Observe o comportamento do auditório, pois este serve de base para avaliação do desenvolvimento e recepção do sermão.
O olhar, os braços, a expressão facial, a postura do ouvinte são elementos que nos falam e transmitem mensagens em códigos que  quando bem captadas lhe dá uma visão geral de seu desempenho e do andamento da pregação. Assim poderá se adequar ao momento e até mesmo dar um outro rumo em sua pronunciação.
Note exemplo de uma pessoa que como um todo, oferece grande resistência;
·         As pernas presas aos pés da cadeira revela que a pessoa está segura em sua posição e não abre mão do seu ponto de vista;
·         Os braços cruzados indicam resistência,  proteção ou dúvida;
·         O rosto mostra que a pessoa não te olha nos olhos, desinteresse, receio, acanhamento ou medo;
·         Os olhos indicam desconfiança.
É importante destacar que estas posições nem sempre acontecerão ao mesmo tempo.
Há casos que somente alguns destes elementos estarão presentes. O pregador deve estar atento ao comportamento geral dos ouvintes.
Em grandes auditórios, com muitos ouvintes, não se pode observar características isoladas, mas o todo.
·         Quando muitos ouvintes estão folheando a bíblia ou outras literaturas podem estar procurando algo mais interessante ou importante, para eles, do que ouvir a mensagem;
·         Conversação geral é desinteresse ou cansaço psicológico da congregação;
·         Movimentos constantes com o corpo, bem como levantar-se a todo momento,  é sinal de cansaço físico pelo tempo da programação;
·         A forma como estão sentados (postura).
Obtenha sempre uma resposta do público.
Use desses recursos:
Sinestesia - pressão, a intensidade da evolução da oratória.
Perceba o comportamento do publico. Use os sistemas representativos.
Temperatura - temperamento da oratória. Nível de agressividade, da emoção, do humor.
Textura - Contagiar o publico. Ir buscar, pegar o publico. Use o senso de humor e alegria.
Faça transparecer se seguro, forte, e confiante com muita fé, no que estiver transmitindo, a fim de contagiar o publico e conquistar o Carisma.
Movimente-se com moderação.
Use várias tonalidades de voz:
Intensidade: Cuidado para não usar a intensidade de forma inadequada.  Ex.: Falar excessivamente alto em situações onde não é exigido este esforço como, ao telefone ou com uma só pessoa.
Leia uma lista de palavras ou texto com voz suave, como quem não quer acordar ninguém. Fale, mas não sussurre.
Altura: Classifica-se em grave, média e aguda. Devemos empregar o registro médio para falar. As vozes bem impostadas não apresentam diferenças de timbre na passagem de um registro para o outro.
Fale a seqüência de dias da semana prolongando a última vogal. Ex.: Segunda, a,a,a,.. Observe o tom que você emitiu e tente gravá-lo na memória.
Timbre: É a melodia da voz. O timbre é proporcionado pelo sistema de resistência e depende das qualidades físicas do falante.
Ritmo: Movimentos com sucessão regular de sons fortes com relação a elementos fracos.
É pela observação do ritmo da respiração e identificação com a pulsação que se pode obter uma harmonia adequada, tanto ao movimento como a fala.
Inflexões: As inflexões são ondulações da voz que se elevam ou se abaixam, quando expressamos o nosso pensamento.
Toda frase falada descreve uma curva melódica.
Vejamos “Bom dia!” pronunciado com várias modulações:
1.       Indiferente
2.       Natural
3.       Atencioso
4.       Alegre
5.       Surpresa
6.       Raiva
O pregador precisa saber interpretar e exprimir bem os sentimentos para que sua pregação tenha mais “vida”. Saber expressar o que está escrito no texto e seus próprios sentimentos.
Vamos ao exercício: Procure exprimir com clareza os seguintes sentimentos de acordo com as frases:
vontade – “Hei de vencer, haja o que houver” “Tudo posso naquele que me fortalece”.
alegria – “Como é boa a vida!”.  “Jesus me libertou!”
coragem – “Irei e enfrentarei a situação.”  “Se Deus é por nós quem será contra nós?”
medo – “Estão nos perseguindo”
orgulho – “Consegui uma promoção por bons serviços prestados”
humildade – “Quem sou eu, meu caro amigo”
surpresa – “Tirei em primeiro lugar no concurso”
importante:
1.       Não fale com muita intensidade, reserve forças para o ponto culminante.
2.       Não deixe que a voz caia nas últimas sentenças das palavras.
3.       Respire de forma disciplinada
4.       Varie a força, a velocidade e o ritmo da voz para não cansar a platéia.
5.       Leitura do sermão somente em solenidade ou formaturas especiais.
g.      E se eu errar, o que fazer? Devo corrigir ou continuar a aula?
depende do tipo de erro. Se a informação prejudicar o que você está explicando é melhor corrigir. Se foi uma pronúncia errada, que não prejudicará a explicação você deve continuar.
h.      Como devo preparar a minha matéria?
1. Deve-se ver o que se sabe sobre o assunto.
2. Conversar com outras pessoas acerca do assunto.
3. Faça pesquisas. Não se limite à Bíblia.
4. Coloque todas as informações no papel.
5. Distribua as informações dentro do esboço da aula
6. Treine.
i.        Como manter o interesse dos alunos?
Sempre despertar o interesse e a curiosidade do publico a fim de fugir da oratória maçante.
Prepare o seu aluno para aula - cite algo interessante logo no início;
saia um pouco da matéria e aborde um fato bem-humorado, voltando, em seguida, para a matéria.
Demonstre sentimento de prosperidade. As pessoas só acreditam em quem prospera.
j.        E quando der um "branco"?
o "branco" é devido ao excesso de nervosismo, falta de conhecimento profundo e falta de seqüência lógica na apresentação; se ocorrer o "branco" recapitule as últimas informações que você passou para o auditório, de preferência com palavras diferentes.
Dicas gerais
1)             Seja positivo
2)             Se prepare para dar a aula.
3)             Chegue cedo, antes dos alunos, para recepcioná-los;
4)             Conheça o lugar onde você vai dar aula. é importante se movimentar antes da aula no local da aula, para evitar futuros "micos".
5)             Sorria.
6)             Cumprimente a todos.
7)             Trate o aluno pelo nome
8)             Olhe sempre nos olhos do aluno quando ele lhe fizer uma pergunta
9)             Gesticule ( sem exagero)
10)         Movimente-se ( sem exagero)
11)         Fale de maneira modulada
12)         Evite apoiar-se em uma perna
13)         Estimule a participação ativa do aluno
14)         Estimule perguntas
15)         Estimule discussões
16)         Use linguagem coerente com o seu grupo
17)         Aprenda a perguntar
18)         Saiba ouvir
19)         Cronometre o seu tempo de aula
20)         Evite interrupções quando o aluno estiver falando
21)         Em uma discussão não se envolva emocionalmente
22)         Tenha contato freqüente com o seu aluno
23)         Escreva para o seu aluno
24)         Tenha um registro particular de cada aluno
APRESENTAÇÃO EM PUBLICO
A apresentação pessoal é muito importante. Sua credibilidade está vinculada ao traje. Havia uma propaganda que dizia: O mundo trata melhor quem se veste bem, e isto é uma grande verdade.
Apresentação de paletó e gravata: demonstração de poder.
Apresentação com gravata sem paletó: demonstração de semi poder.
Postura: sempre ereto, cabeça erguida.
E boa aula!!!

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